sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Coisas que aprendi com minhas avós: #1 - Autoridade não é autoritarismo


Tenho pensado muito, agora que sou mãe, sobre como era ser mãe em tempos antigos. Conversando com minha mãe e minha sogra sobre a maternidade no tempo delas, tudo parece mais complicado. As fraldas eram de pano e tinham que ser lavadas à mão, não existiam fraldas com "megapods" e que duram até 12h. Também não tinha telefone celular para ligar para a mãe ou mandar Whatsapp para aquela amiga que já tinha bebê poder dar uma luz sobre o que fazer nas cólicas incessantes. Muito menos havia Internet para buscar no google algum método de fazer o bebê dormir. Elas tinham apenas as vizinhas e elas mesmas nos momentos de angústia. Predominava à época uma cultura machista que dizia que o pai cuidava das finanças e provisões da casa e a mãe cuidava dos filhos e da casa em si.

Entretanto minha mãe teve 3 filhos apenas e minha sogra apenas 2 e elas viveram na época do anticoncepcional: a opção estava em querer ou não (claro que acidentes aconteciam, né?)

Agora, pensa no tempo das nossas avós como era? A comunicação à distância era feita por carta, o método anticoncepcional era por tabelinha: era preciso conhecer muito bem seu ciclo para não vir mais um na conta, e não existiam tantos medicamentos como hoje.

Penso que essas mulheres eram realmente fortes em conseguirem administrar uma casa e terem uma dezena de filhos: uma vó minha teve 9 e a outra teve 7. E não era simplesmente administrar uma casa e um monte de filhos: tinha também o galinheiro para limpar, as vacas para ordenhar, frutas para colher e o campo para capinar, visto que elas todas trabalhavam no campo. Como é que elas administravam tudo isso? Eram supermulheres? 

Não sei se eram supermulheres mas tinham uma força interna que não as fazia ceder: não havia tempo para depressão ou para doença.


E como controlavam tudo? O marido,as crianças e todos os afazeres? Elas tinham autoridade na fala. Minha avó nunca gritou comigo, mas o modo como ela pedia me fazia obedecer na hora, pois ela fazia se respeitar. A outra conseguia de maneira afetuosa, com cuidado, com carinho. Eram dois tipos de autoridade, mas nenhuma delas era autoritária. 

E o que significa autoridade? É o poder de influenciar o pensamento, comportamento ou opinião. É parte do que precisamos para educar nossos filhos.

Elas foram ensinadas a como se portar como donas de casa e não havia quem lhe tirasse o posto. Sabiam delegar tarefas aos filhos conforme a faixa etária de cada um, exigiam todos à mesa na hora das refeições e sabiam recompensar os filhos que iam bem nas tarefas domésticas e escolares. Havia nelas uma liderança inerente que vinha de suas inspirações: suas mães, tias, avós e irmãs mais velhas. Elas aprendiam vendo e observando.


E então, como adquirir autoridade sem se tornar autoritária? Como fazer meu filho de 2 anos sentar à mesa e comer? Como fazer as crianças entenderem a hora certa de dormir?

  • Tenha modelos de inspiração: Às vezes não é fácil nos tempos de mães relapsas e submissas aos filhos. Às vezes você vai ter que ler alguma biografia ou conversar com outras mulheres. Mas os modelos nos ajudam a olhar as boas características de uma mulher que tem autoridade.
  • Estude sobre liderança. Parte da autoridade da mulher vem de sua liderança: algumas possuem autoridade nata, outras adquirem através de cursos.
  • Diálogo é tudo. Aprenda a dialogar e expor suas ideias e valores. 
  • Aprenda a expressar pela voz, olhar e gestos. Você não precisa gritar para fazer seu ponto: mas se você aprender a usar tom de voz, olhar e gestos, pode conseguir fazer seus filhos te obedecerem mais.

Por fim, recomendo a leitura do livro "Crianças francesas não fazem manha" de Pamela Druckerman, no qual ela anota suas observações sobre o modo de criação pariense. Talvez não concorde muito com tudo do livro, mas algumas coisas têm me ajudado bastante nessa difícil arte de criar nossos filhos.

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